Por amor a minha terra natal e motivado pela curiosidade em ter conhecimento das nossas raízes, dedico-me ao estudo da história de Nova Lima. Parto da velha máxima: "devemos estudar o passado para compreendermos o presente e nos prepararmos para o futuro".
Há anos dedico-me ao resgate da memória do município, ou parte dela e atualmente tenho a alegria de apresentar este trabalho.
Na realidade não é a história, apenas fragmentos dela.
As fontes são raras e mal conservadas. Existe muita matéria desordenada e os poucos livros disponíveis e consultados, apresentam contradições. Muito tem que ser estudado para de obter uma referência sobre a história de Nova Lima. É um verdadeiro mosaico de peças desmontadas a serem reajuntadas, para se chegar a verdade dos fatos.
A história de Nova Lima. muitas vezes, foi transmitida deliberadamente, pela versão deformada dos fatos. O que vale afinal, para nosso infortúnio, é a conveniente versão dos fatos, ou a sua omissão, também conveniente.
Tento com esforço ater-me a insenção no que tange as fontes. evitando comentá-las, a fim de que o próprio leitor chegue as suas conclusões.
Outra grande fonte está na oralidade, sendo esta passível de exagero ou fruto do imaginário popular, onde também se faz necessária rigorosa pesquisa.
Que este trabalho sirva pelo menos como estímulo ou fonte de pesquisa, para que a partir desta publicação outras pessoas deem a sua contribuição e a história de Nova Lima não seja apenas mais um título de um tema.
Outro fator importante, é sobre a população de Nova Lima que desde os seus primórdios assume um caráter de flutuação, isto é, de semiflutuação. Os antigos empregados da Mina de Morro Velho, eram quase sempre, oriundos de regiões agrícolas do estado de Minas Gerais e até mesmo, retirantes da região nordeste do país à procura de um trabalho provisório. Não se fixavam sedentariamente em nossa região. É porque o salário de minerador em comparação com o rural era mais alto e aqui faziam uma espécie de "pé-de-meia" para quando chegasse a época das colheitas, retornassem às regiões de origem. Tal fato até hoje acontece em função da expansão dos condomínios e das empresas prestadoras de serviço na divisa da capital Belo Horizonte. Tal fato contribuiu para uma pluraridade cultural atípica na cidade, mas seus moradores atuais não têm identidade cultural com o município. Poucos sabem da sua rica história e suas impressindíveis tradições.
Quero registrar a alta sensibilidade histórica de Bráulio Carsalade Villela, Walter Taveira, Marilac Lacerda, de Maria Efigênia Dias LIoyd e de todos os membros do Instituto Histórico Geográfico Alto Rio das Velhas de Nova Lima, que atentaram para o problema.
Ressalto ainda o esforço particular de Jesus Drumond Batista, cujo acervo resgata a memória de um importante período da nossa história municipal.
Espero por fim, que este trabalho desperte nas pessoas a necessidade de se preservar nossa memória que é a maior identidade cultural de um povo.
Elmo Gomes
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