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A história dos altares da Matriz de Nossa...
A história dos altares da Matriz de Nossa...

     O conjunto ornamental incorporado à Matriz de Nossa Senhora do Pilar pertenceu à Capela de Nossa Senhora da Conceição, localizada na Fazenda da Jaguara, no município de Matozinhos/MG. Essa fazenda foi sede do vínculo de mesmo nome, instituído por Antônio de Abreu Guimarães, dono de um dos maiores patrimônios em Minas Gerais durante o último quartel do século XVIII.

     O reinol Antônio de Abreu Guimarães comprou a Fazenda da Jaguara na segunda metade de século XVIII e logo expandiu suas propriedades. Chegou a abarcar mais de 1.200 alqueires e contava com centenas de escravos a seus serviços. Essa fabulosa riqueza foi adquirida através da sonegação de impostos e contrabando de ouro e diamantes. Arrependido dos crimes cometidos, Antônio de Abreu viajou para Portugal a fim de conseguir o perdão da Coroa. A Rainha D. Maria I concordou em conceder-lhe o indulto, desde que seus bens fossem colocados à disposição de obras com cunho religioso e de caridade. Assim, suas propriedades foram "vinculadas" a uma promessa religiosa, que foi sacramentada através do decreto de D. Maria I datado de 4 de junho de 1787 e posteriormente regido por alvará de 23 de novembro de 1787. Na execução dessa promessa, foram realizadas a reforma e a ampliação da capela existente na fazenda, trabalho concluído em 1786. Para a execução das peças de talha e ornamentação, foi chamado Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

     Posteriormente, em 1802, a Junta Administrativa do Vínculo se estabeleceu, tendo como presidente Francisco de Abreu Guimarães. Por aquela época, Antônio de Abreu já havia retornado para Portugal, onde se dedicou integralmente à vida religiosa. Seus herdeiros, além de se recusarem a cumprir a execução das promessas do vínculo, dilapidaram o seu patrimônio. Em 1860, o vínculo foi extinto definitivamente. A Fazenda da Jaguara passou então para as mãos de Francisca dos Santos Dumont, mãe de Alberto Santos Dumont. Mais tarde, em 1910, foi vendida para George Chalmers, diretor da Mina de Morro Velho desde 1884.

     Percebendo que o templo estava em péssimas condições de conservação e sem interesse em reformá-lo, George Chalmers decidiu doar o conjunto de talhas para a igreja matriz de Nova Lima, a pedido de Augusto de Magalhães, um dos sócios da Casa Aristides e líder dos vicentinos desta cidade e seu amigo particular. As peças, depois de desmontadas, numeradas e encaixotadas, foram levadas a cavalo até Dr. Lund, onde havia uma estação ferroviária, para depois serem transportadas para Nova Lima. O próprio George Chalmers supervisiona todo o trabalho de minuciosa desmontagem das peças, de embalagem em palhas de milho e fardos de algodão e do transporte cuidadoso em carros de boi. Ele também veio a Nova Lima acompanhar a montagem do altar principal, altares laterais, púlpitos, coro e arco cruzeiro. Como a igreja não comportava os altares, foi realizada uma reforma, visando a sua ampliação, e, em 1926, foi reinaugurada com toda a talha integrada ao templo.

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